Olá Visitante do Posto 214 Sul, hoje nosso blog é diferente dos demais. Vamos falar sobre o preços dos combustíveis na visão do consumidor @leandromorais. Ele nos passou este texto abaixo e fizemos algumas pequenas adequações e vale muito a reflexão. Vamos conosco?
Você está afim de refletir e entender melhor o porquê do preço dos combustíveis? Não vou visar aqui apontar culpado(s), é mais para todos nós aprendermos com as visões que cada um tem para contribuir, pois tenho certeza que aqui temos pessoas capazes de ajudar.
Primeiramente, vamos ler algumas informações:
Segundo site da Petrobras, a composição do preço da
Gasolina Comum é a seguinte:
– 10,4% sobre distribuição e revenda;
– 11,5% sobre impostos federais; – 16,9% sobre custo do etanol adicionado na gasolina;
– 27,6% sobre ICMS (aqui no DF a alíquota é de 28%);
– 33,6% sobre a chamada “Realização Petrobras” (custo que a
empresa tem na produção e lucro do combustível, o custo pago
para refinar o produto está diluído nessa porcentagem).
Então podemos observar que temos as duas maiores fatias, o ICMS e a
“Realização Petrobras”.
ICMS dos combustíveis no DF
O ICMS, imposto estadual, sobre a gasolina é atualmente de 28% no Distrito Federal. Até 2015 a alíquota era de 25% e a partir de 2016 passou para 28%. Recentemente tem um projeto de Lei que pode ser discutido pela Câmara Distrital que prevê uma redução gradual, ano a ano (a partir de 2022), de 1%, chegando na porcentagem de 25% em 2024.
Vocês acham isso suficiente? Chegar em uma porcentagem justa é muito complexo, acredito que uma boa proposta seria entender o impacto da redução do imposto para o governo local para equalizar com os impostos pagos pelas diversas classes sociais, ou seja, uma reforma tributária, no caso aqui, estadual (mas a federal também é importantíssima).
Outra questão importante que precisamos entender é o modo como é calculado o imposto. Você sabia que a alíquota (hoje de 28%) incide sobre um preço médio estimado pelo CONFAZ, um Conselho ligado ao Ministério da Economia?
Esse preço médio tem um nome próprio: preço médio ponderado ao consumidor final (PMPF). Esse valor é calculado conforme as informações enviadas pelos governos de cada estado. Sem apontar que isso realmente aconteça, mas pela lógica do cálculo, para aumentar a arrecadação de
ICMS, não há a necessidade de aumentar a alíquota, entende?
Veja, se o PMPF estiver acima do realmente praticado, o governo estadual receberá mais, porque ele receberá sobre o preço médio e não pelo preço realmente cobrado na bomba!
Claro que se isso acontece, futuramente os postos irão aumentar o preço da bomba para recuperar a sua receita.
Agora vou apresentar uma breve análise comparando os preços antes da pandemia com os mais recentes. Segundo o CONFAZ:
-Em 9 de janeiro de 2020, o preço médio da gasolina
comum no DF foi estimado em 4,515 reais;
-Em 9 de julho de 2021, o preço médio da gasolina comum
no DF foi estimado em 5,737 reais.
Assim, temos um aumento de 27,06% no preço médio.
Nas próximas linhas, você perceberá que essa alta dos preços dos combustíveis é até abaixo de outras que irei apresentar, no entanto, existem alguns momentos em que o preço médio está acima do posto em que abasteci (destacando que sempre optei por postos “com bandeira”).
Por exemplo, conforme o histórico de abastecimento, em 1º de março de 2020, eu abasteci por R$4,279 o litro da gasolina comum, mas o CONFAZ estimou o preço médio em R$4,548 no litro do mesmo combustível.
Assim, o ICMS em 1º de março de 2020 incide sobre os R$4,548, ou seja o valor pago está diferente do tributado. Mais uma vez, o imposto incide pelo PMPF e é independente do preço real aplicado pelos postos de combustíveis e, se o preço está baixo da média ele acaba recebendo menos pela venda.
E então há uma grande possibilidade de estarmos em um ciclo vicioso:
Esse parece ser um ponto importante para a inflação, pois esse ciclo gera aumento nem a necessidade de incidir nenhum fator externo, apenas pelo mero desequilíbrio da avaliação do PMPF.
Agora você que, assim como eu, mora no Distrito Federal, percebe que os preços dos combustíveis oscila um pouco a depender da região e olha que a área do Distrito Federal é imensamente inferior às dos demais estados. E o que eu quero dizer com isso?
Que o PMPF é avaliado por Estado. O valor gera uma nivelação dos custos de um posto de combustível no extremos de qualquer estado. Ou seja, o PMPF trata igualmente os custos de um posto no Gama, em planaltina ou até mesmo no lago sul, onde claramente teremos custos diferentes para a manutenção do mesmo negócio.
Para avaliar e corrigir essa questão, infelizmente dependemos dos nossos representantes e gestores do Estado para mudar a forma de tributação por PMPF.
Realização Petrobras
Com relação à “Realização Petrobras”, a sociedade tem os esclarecimentos sobre os custos e os lucros através dos relatórios de investimento e retorno pelas ações da PETR.
Vejo também que muitos falam sobre os reajustes do preço decorrente do valor do petróleo internacional. Buscando as informações no Investing.com (uma plataforma de mercados financeiros que oferece dados em tempo real cotações, inclusive o petróleo internacional), verifiquei:
-Em 1º de janeiro de 2020, o Petróleo estava custando 58,16 dólares, que são 249,041 reais (conforme a cotação de 4,282 reais para a mesma data);
-Hoje, 1º de agosto de 2021, o Petróleo custa 74,36 dólares, que são 387,713 reais (conforme a cotação de 5,2140 que verifiquei agora).
Assim, a alta do valor do petróleo internacional entre 1º de janeiro de 2020 até 1º de agosto de 2021 foi de 55,68%.
Agora pegando, no site da Petrobras, o valor de venda às distribuidoras, no mesmo período foi o seguinte:
-Em 14 de janeiro de 2020, a Petrobras vendia (para às distribuidoras do DF) o litro da Gasolina por R$2,002, este valor não tem os tributos;
-Em 1º de agosto de 2021, a Petrobras vendeu (para às distribuidoras do DF) o litro por R$2,837, valor sem tributos.
Assim, a alta do valor da gasolina vendida pela Petrobras no período foi de 41,70%.
Eu sei, o percentual é desanimador para os preços dos combustíveis, ainda mais nós compararmos com a alta do preço médio estimado pelo CONFAZ (27,06%)!
Veículos Elétricos e Híbridos
Uma alternativa independente a isso tudo seria os veículos elétricos e híbridos. E sim, os preços cobrados para esses veículos são altíssimos e não vou aqui propor a compra dele, mas apenas demonstrar um cálculo.
No site NeoCharge (empresa de energia solar) utilizei os seguintes critérios para o cálculo de quanto por ano economizaria utilizando um veículo no modo elétrico:
-Consumo médio do meu veículo (17 km/L, média aferida em em julho desse ano no app Drivvo, ou seja, não é pelo computador de bordo);
-Distância percorrida por ano (20.000 km);
-Preço do combustível (coloquei em 6 reais);
-Preço médio da energia (segundo uma conta de junho, 66 centavos por kWh); e
-Consumo por km de um veículo elétrico (8 km/kWh).
Com esses critérios, o cálculo foi de que eu gastaria em um veículo elétrico menos 6.584,64 reais por ano para abastecer quando comparado com o meu veículo flex à combustão.
A partir disso comecei a olhar o preço dos veículos elétricos e híbridos (principalmente os tipo plug-in, que rodam cerca de 40 km só na função elétrica) para colocar na balança o quanto valeria a pena. Existem alguns fatores que devem ser considerados:
-A garantia para veículos do tipo chega, para os componentes elétricos, até 8 anos;
-Os custos de manutenção com revisões a curto prazo são menores.
Sobre os pontos de abastecimento elétrico, tem um aplicativo chamado “Tupinambá” que mostra os locais no Brasil, inclusive os gratuitos! Mesmo com a baixa disponibilidade, com o crescimento da demanda, os investimentos em novos postos elétricos vão surgir, sem contar que aqui no DF não teria aquela proibição de ter abastecimento em pontos comerciais como shoppings e mercados.
Este texto dos preços dos combustíveis foi escrito por Leandro Morais e adaptado por Daniel Costa, do Posto 214 Sul. Leia agora sobre como economizar combustíveis.
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